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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pode o Software Livre ajudar a combater a Pirataria?


Em primeiro lugar, é preciso entender que, em certo nível, a "pirataria" (cópia e distribuição não autorizada) pode funcionar como forma de publicidade, estimulando a onipresença do produto e, assim, fortalecendo a marca. No caso do software, cuja aceitação e uso está muito associada a hábitos, isso pode ser uma variável de fundamental importância. As empresas sabem disso e, mesmo sem jamais admitir, incluem esse conceito em seus modelos de negócio.

Software Livre (ou código aberto) é um modelo de desenvolvimento, e não de negócio. Por esse motivo, por si só, ele não terá efeito algum contra a pirataria de um produto comercial, exceto pela redução da participação desse produto no mercado. A simples existência do Linux não influi na pirataria do Windows, assim como a simples existência do GIMP não influi na pirataria do PhotoShop, ou o OpenOffice, com relação ao MS Office. Se você deseja ter um Nike, vai comprar um Nike - legítimo ou pirateado - mesmo que o tênis do outro fabricante tenha a mesma funcionalidade, seja tão bonito quanto (mas não igual, nem semelhante) e seja mais barato. Não é diferente com o software.

Se algum produto de SL começar a ganhar visibilidade, e conquistar presença relevante de mercado, aí sim, ele vai acabar reduzindo a fatia de mercado dos produtos concorrentes e, com ela, a fatia pertencente à pirataria - mas isso é o mesmo que matar o paciente para eliminar a doença. Não é essa a resposta que estamos procurando...

Temos que aceitar que o poder de copiar e distribuir é uma consequência inevitável da tecnologia digital. Não adianta tentar criar mecanismos que impeçam a cópia, pois eles sempre serão superados. Não adianta criar leis que proíbam a cópia, pois isso somente levará à criação de mercados clandestinos. Modelos de negócios que se sustentem nesses tipos de proteções simplesmente vão morrer, mais cedo ou mais tarde, quer concordemos com isso ou não.

Acredito, portanto, que somente com a adoção de modelos de negócios inteligentes, associados à estratégia de desenvolvimento colaborativo (aberto e livre), é que teremos uma solução definitiva para esse problema. O Google é um bom exemplo disso.

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