"O projeto iniciou há 10 anos como uma tentativa de imaginar que tipo de padrões de rede seriam úteis para suportar comunicação interplanetária. (...) O projeto da Internet Interplanetária tem como principal objetivo desenvolver um conjunto de padrões e especificações técnicas para dar suporte a recursos avançados de rede em ambientes espaciais."
Desafios
A comunicação no espaço envolve dois grandes desafios: grandes atrasos de propagação, devido às grandes distâncias, e grandes períodos de indisponibilidade dos nós, devido aos movimentos orbitais, e possível interposição (sombreamento) de outros corpos celestes no caminho.
Desde as primeiras missões, ainda na década de 1960, a NASA tem usado uma rede própria, chamada DSN (Deep Space Network), para manter contato com naves e sondas em missões de longa distância, mas essa rede suporta apenas a comunicação direta, ponto a ponto, e não lida automaticamente com a interrupção da comunicação, exigindo um agendamento prévio dos horários de comunicação, baseado no cálculo do posicionamento da sonda, da Terra, e dos demais corpos celestes no caminho.
Um novo protocolo, chamado DTN (Delay and Disruption Tolerant Network) está sendo desenvolvido para dar à comunicação interplanetária a mesma flexibilidade e confiabilidade que temos com o uso do TCP/IP, na internet aqui na Terra: em cada nó de roteamento, os pacotes de dados são armazenados, e encaminhados para o próximo nó assim que a comunicação estiver disponível.
Outro problema na comunicação espacial é a falta de padronização. Cada sonda ou espaçonave, lançada por países diferentes, em épocas diferentes, usa um protocolo próprio de comunicação. Segundo Vint Cerf,
"A parte importante é que teremos protocolos padronizados que irão permitir a interconexão de várias espaçonaves lançadas por diversos países. Com o tempo, com novas missões sendo lançadas, começa-se a construir um backbone. A cada nova missão, basicamente acrescenta-se um novo nó à rede."O Primeiro Nó
Em maio, os pesquisadores acoplaram um módulo DTN à Estação Espacial Internacional, que será o primeiro nó permanente da Internet Interplanetária. Outras sondas antigas, como a Deep Impact, estão sendo reprogramadas para também funcionar como nós DTN.
Para Kevin Gifford, pesquisador da Universidade do Colorado, que participa do projeto,
"Os conceitos fundamentais da DTN, de armazenar e retransmitir, certamente já estão funcionando, [mas] a DTN está ainda na sua infância; levarão ainda três a cinco anos antes que esteja madura."Padrão Aberto
A tecnologia DTN pode também ser aplicada na Terra, para melhorar o acesso à internet em aviões, países em desenvolvimento ou para rastreamento de animais selvagens, mas os pesquisadores não pensam em comercializá-la.
"Estamos desenvolvendo isso como um padrão aberto, como o TCP/IP. Certamente há aplicações comerciais, mas nós estamos desenvolvendo para aplicá-la no espaço."Referências:
Um comentário:
Olá, estou fazendo um tcc sobre DTN, teria informações que pode passar meu e-mail, ivan.bed@hotmail.com
Postar um comentário